A Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional revelou que oito dos 15 locais investigados apresentaram crescimento na passagem de dezembro para janeiro, enquanto a produção nacional manteve variação nula (0,0%). O destaque positivo foi o Ceará, com alta de 7,9%, seguido por São Paulo (2,4%), principal influência positiva no índice geral. Por outro lado, Pernambuco registrou a maior queda (-22,3%) e a principal influência negativa entre os locais pesquisados. No acumulado de 12 meses, a indústria cresceu 2,9%, com taxas positivas em 16 localidades, conforme dados divulgados pelo IBGE nesta segunda-feira (18).
Impacto da Conjuntura Macroeconômica na Indústria
O analista da PIM Regional, Bernardo Almeida, destacou que a estabilidade do índice interrompe uma sequência de três meses de retração na indústria nacional, que acumulava uma perda de 1,2% no período. Ele explicou que fatores como concessão de férias coletivas e manutenção de plantas industriais impactaram negativamente a produção. Além disso, o aumento dos juros, visando conter a inflação, reduziu as linhas de crédito, tanto na oferta quanto na demanda.
Destaques Regionais no Crescimento Industrial
O Ceará liderou o crescimento entre os estados após dois meses de retração, que acumularam uma perda de 9,5%. Esse avanço foi impulsionado pelos setores de alimentos, derivados do petróleo e produtos têxteis. Já São Paulo, que apresentou a segunda maior alta (2,4%) e a maior influência positiva no resultado nacional, registrou crescimento nos setores de produtos químicos, borracha, material plástico, máquinas e equipamentos e alimentos. O Rio de Janeiro (2,3%) e Minas Gerais (0,8%) também se destacaram positivamente.
Por outro lado, Pernambuco apresentou a maior retração (-22,3%), após dois meses de avanço acumulando 5,7%. O resultado negativo foi o mais intenso no estado desde o início da série histórica, influenciado pelas férias coletivas e pela queda na produção de derivados do petróleo, metalurgia e alimentos. Outros estados com quedas expressivas foram Pará (-3,9%) e Espírito Santo (-2,6%).
Crescimento da Produção Industrial em Relação a Janeiro de 2024
Na comparação com janeiro do ano anterior, a produção industrial cresceu 1,4%, com avanço em nove dos 18 locais analisados pela PIM Regional. Santa Catarina (8,6%) e Rio Grande do Sul (8,1%) lideraram as maiores taxas de crescimento.
Santa Catarina destacou-se pelo aumento na produção de carnes e miudezas de aves congeladas, embutidos e equipamentos industriais. No Rio Grande do Sul, o crescimento foi impulsionado pela produção de óleo diesel e gasolina, além do aumento na fabricação de autopeças e reboques.
Outros estados que registraram crescimento foram Bahia (4,3%), Pará (0,9%), Mato Grosso (0,9%), Paraná (0,7%), São Paulo (0,5%), Goiás (0,2%) e Ceará (0,1%). Em contrapartida, Pernambuco (-15,6%), Rio Grande do Norte (-15,4%) e Maranhão (-11,4%) tiveram as maiores quedas.
O analista Bernardo Almeida explicou que as quedas nos estados nordestinos foram motivadas pela redução na produção de derivados do petróleo em Pernambuco e Rio Grande do Norte, e pela queda na produção de celulose e papel no Maranhão.
Considerações Finais
A estabilidade na produção industrial nacional em janeiro reflete um equilíbrio entre altas regionais e fatores conjunturais que impactaram negativamente a indústria. O crescimento em locais estratégicos, como São Paulo e Rio Grande do Sul, é um sinal positivo para o setor, mas desafios macroeconômicos e setoriais ainda precisam ser enfrentados para garantir uma retomada consistente ao longo do ano.
Fonte: IBGE
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