A safra 2025/26 (abril-março) de cana-de-açúcar na região Centro-Sul teve início oficial em 1º de abril, com previsão de redução na produtividade, segundo associações de produtores. O impacto da estiagem é apontado como o principal fator para essa queda, diferentemente dos incêndios registrados anteriormente.
Expectativas de Produção
Durante o Cana Summit, evento realizado em Brasília, o CEO da Organização de Produtores de Cana do Brasil (Orplana), José Guilherme Nogueira, afirmou que a produção pode registrar uma queda de pelo menos 10%. O motivo é a menor taxa de crescimento dos canaviais, já que a biomassa não atingiu os níveis esperados.
“A queda esperada se deve aos impactos da estiagem, não dos incêndios. A nossa visão em conjunto com as associações de produtores indica uma redução significativa, pois a cana não cresceu conforme o esperado. As falhas acometeram o rendimento devido à seca prolongada”, destacou Nogueira.
O executivo ressaltou que, apesar da previsão otimista, a cana-de-açúcar é uma cultura mais resistente ao déficit hídrico do que outras culturas, como a soja, que tem um ciclo de três meses. A cana, por sua vez, possui um ciclo de mais de 12 meses, o que lhe dá mais tempo para se recuperar dos impactos climáticos.
Dados da Safra 2024/25
De acordo com a União da Indústria da Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), até a penúltima quinzena de março, a safra 2024/25 já apresentava queda de 4,94% no volume de cana moída no Centro-Sul. O total processado foi de 617,825 milhões de toneladas, ante 649,349 milhões de toneladas no ciclo 2023/24.
O balanço final da safra 2025/26 será divulgado pela Unica nas próximas semanas, confirmando o impacto das condições climáticas na produtividade do setor.
Impacto no Mercado
A redução da safra pode impactar os preços do açúcar e do etanol, afetando tanto o mercado interno quanto as exportações. Com a demanda crescente por biocombustíveis e a maior oscilação climática, o setor deve enfrentar desafios para garantir o abastecimento e manter a rentabilidade dos produtores.
Fonte: Safras & Mercado